quarta-feira, 18 de abril de 2007

O Sonho, O mar, o infinito


Eu sonho ser o infinito e do mais alto olhar o mar do horizonte
e depois, descer de lá, contemplar teu sorriso e teus olhos – intocáveis.
sonho com a lira adormecida e com o poeta que jaz acordado;
com a moça do olhar enigmático. Sonho com o que está além

Eu sonho com o que está além da realidade. Com o que não convém sonhar.
E nisto, me torno louco, triste, são, alegre, morro e vivo por tanto sonhar.
O Sonho! Como o vento que impulsiona o moinho! E Eu sou este moinho
Que vai a moer e a ser moído pelo trigo que são todos estes dias da vida.

Ah! Meu coração tem o sonho e a vontade de conhecer as estrelas
nomeá-las uma a uma com o nome que a ele bem convier
e afim de gravar-te em minha eternidade, ele daria a uma teu nome.
Não àquela mais brilhante, nem a que considere a mais bela.
Mas a que puder ver mais e sempre, afim de poder conhecê-la e contemplá-la melhor

13/4/07

Leonardo Machado

segunda-feira, 16 de abril de 2007

Junto a este rio

Junto a este rio aprendi a temer menos
Os desastres que sucedem na vida.
Ao olhar sua calma, paciência, e caminho;
Nasce pequeno, e vem vindo até mim;
Passa por mim e segue até seu destino
Sem se preocupar com hecatombes.
Tragédias épicas, guerras, apocalipses.
Aprendi a ser um pouco mais simples.

Aprendi, depois, a olhar mais o céu;
Não para saber as horas ou das chuvas.
Olhar o céu tão somente por olhar o céu.
Ver as nuvens, estrelas, e luas de Júpiter;
Nada temem, nada pensam, só orbitam;
E por não se fatigarem com problemas.
São bem mais felizes do que eu, aqui,
Pensante, e temeroso com esta vida.

Vendo as aves na imensidão azul e branca
Aprendi a pensar bem menos em mim
E pensar um pouco menos nos outros.
Pensar, de certo é bom, todavia enruga
(O tanto pensar estava a me exaurir).
Aves do céu não pensam para voar,
Mas voam, planam no céu e pousam,
Sem se preocupar com sua existência.

Aprendi também com as flores do campo
Que florescem, belas, frágeis, flores,
Floram, afloram, florescem pelo verde.
Com elas aprendi a recriar a mim mesmo;
Em cada manhã, em cada tarde ou noite;
Pois sempre serei velho, cansado, enrugado
Mas não o serão estas flores do campo;
Pois após secarem, outras hão de nascer;
E tomar o seu lugar das primeiras.

Aprendi uma lição com os espinhos,
Que outrora, chamava eu de meus carrascos.
Aprendi que tudo tem seu valor;
Até esses espinhos na minha roseira,
Ou no cacto perdido num deserto.
Deles brota vida na forma cristalina,
Floresce de novo, trazendo o frescor do novo
Ao peito do que estava entre cousas velhas.

01:20 2/11/2005

Leonardo Machado

domingo, 15 de abril de 2007

Cinematografia

Além de onde estão os meus olhos, os seus
Você é a tela, você é o projetor, você é o filme
Lá estão tuas digitais, teu riso, teu choro, a vida
Uma poesia escrita com o leve correr das fotos

Além dos meus critérios de ver, está a tela
Por vezes teu rosto, em outras tua máscara.
Você, mascarada na fotografia, na edição
Tua máscara, te oculta e te dá a ver diferente

Você, que ilumina o estúdio e é câmera
Você, que é um roteiro, que faz o roteiro
Que vive o mais sem rota de todos eles.
(Pois não é feito esta e outras artes)

Teu ofício é de poeta, de pintora, é de artista
Na delicadeza da artesã, na sabedoria do mestre
Constrói a vida, desconstrói, e chega até o fim
E assim é a arte. Sendo Finita, conhece o Infinito.

Leonardo Machado
15 de abril de 2007

Feliz dia 16 de abril de 2007! Chaplin 118 anos

Antes que nasça o sol

Antes que nasça o sol
Antes mesmo que o sonho apareça
Antes que eu comece a escrever
e antes que você me esqueça
Eu queria te cantar e te contar
Falar da verdade e da mentira
Te fazer, moça em foto
foto em desenho, desenho em poema
Te decompor e te recompor

Mas o sol já está nascendo
É hora do sono chegar

E hora da reconstrução


Rio, 15/4/07 5:27

Leonardo Machado
(para efeitos de teste)

Anna, esse é apenas um rascunho. Eu espero que você goste.
Tenha um bom começo de semana, querida.