Não sei quem és ou que queres aqui.
O rubor incomum das tuas faces
Sobrepõe-se ao rubor da aurora,
Teu olhar, imerso no rio, se perde
Desvanece como as nuvens do céu.
Teu riso pueril se perde na poeira,
E vem o tempo, vêm os anos,
Passam as vidas, as auroras, sonhos.
As madrugadas perdem o encanto,
As auroras vão perdendo o rubor,
Tuas faces vão perdendo o rubor.
Os dias imergem no negrume do rio
E o mundo se perde dentro do ribeiro.
Pequeno anjo, a vida é vã, torpe,
Os dias são fúteis, as noites ébrias.
Pequeno anjo, teu riso ainda é,
Mas um dia há de deixar de ser
E então, sobre tuas rubras faces
Verterão lágrimas, como as minhas.
Leonardo Machado
01/12/2004
01:24
2 comentários:
Um velho conhecido esse ai. Aquele anjo por quem verti minhas primeiras lágrimas, quando soube de sua triste sina.
Palavras
versos
emoção.
Adorei a leitura.
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